domingo, 12 de maio de 2013

CELULARES, MATRIX E CÉREBROS


 PRECISA de evidência?
– Cientista.


Sexo, bebida alcoólica, acelerador, dinheiro, liberdade e bom senso. Essa é uma amostra de coisas que se tornaram universalmente apreciadas... e universalmente mal-usadas. A lista é generosa, e para o propósito de hoje, acrescentemos mais uma: Eletrônicos de bolso.
Para variar, o Inferno tem um golpe novo: Telefonia Celular.
Na Antiguidade, era dureza pro capeta. Ele tinha que SUAR pra pegar uma alma. Tinha que ir PESSOALMENTE, e o risco de não dar em nada era alto. Na Idade Média, os contratos melhoram um pouco. Era só enganar a vítima, fazer ela assinar com sangue e pronto, uma eternidade de servidão. Sua alma era minha! Bwah, bwah, bwah, bwah, bwah...
Hoje é mais fácil ainda. Certo, o valor intrínseco da maioria dessas almas decaiu pra caramba, mas a quantidade compensa o material de terceira (ou quarta, quinta...) categoria.
Graças a Steve Jobs (que NÃO FOI pro Céu...), muitíssimas almas foram transferidas para aparelhinhos eletrônicos. Celulares, tablets, ái-fones, ái-pédis, ái-tudo... duvidam? É só tirar isso de um adolescente típico e praticamente a identidade dele some, que ele perde o rumo. Ele defende o troço com mais tenacidade que o faria se tivesse que apoiar a Educação do país ou alguma melhoria de vida da sociedade. O fato é que, sem falar com os amigos, ou qualquer um, muitos dos adolescentes são nada.
Não apenas isso, mas com DOIS celulares ao mesmo tempo. É como carro, tem que ter um pro trabalho e outro pro final de semana; um celular para falar bobeira, e outro para... falar MAIS bobeira.
Convém mencionar algo de interessante: Não é só para telefonar que serve o telefone, que, aliás, era o motivo original da invenção (hoje esses trecos fazem tudo, menos macaxeira com fígado).
Mas há esperança. Na multidão de usuários, tão vasta quanto folhas na Amazônia, a areia da praia, as estrelas do firmamento e a torcida do Botafogo, conseguimos a façanha de encontrar quem saiba usar DIREITO a coisa. Espécie rara, convém dizer. Gente que apresenta hábitos estranhos, que foram agrupados no que se convencionou chamar de BOA EDUCAÇÃO: Essas pessoas não conversam com outros humanos enquanto usam seus fones, não entram em recintos ou ônibus com o volume lá em cima (tanta habilidade pra escolher um aparelho da hora... e nenhum neurônio para comprar um fone de ouvido), não usam em cinema, não baixam filmes em horário de trabalho ou de provas escolares, não conversam alto seus assuntos ridículos (a maioria é ridícula, MESMO, sem falsidade), não sentem necessidade de mostrar ao mundo seu péssimo gosto musical (ou qualquer coisa que alegam ser isso...).
Enfim, como a inocência, esses raros indivíduos se perdem na multidão.

Contra o progresso, a tecnologia? Não. Essas coisas têm sua utilidade, e GRANDE. Mas como dizia o Legião Urbana com quem você quer falar por horas e horas e horas...
Agora, correndo o eterno risco de que os argumentos apresentados (mesmo que de forma clara e humorística) não sejam compreensíveis para pessoas com QI de ameba apoplética (por volta de dois pontos e meio...), podemos considerar os eletrônicos como a energia nuclear. É útil? É. Deve ser usada com critério? Muito! Dá problema quando algum idiota coloca as mãos nela? É isso aí!

Quem dera, quando Steve Jobs morreu... e bilhões dessas maquininhas tivessem explodido na mesma hora, trovejando nos céus dos cinco continentes a explicação: Eu dei... EU TOMO!

                                                                                                                Prof. Júlio Cézar

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